segunda-feira, maio 30, 2005

Entretanto deti-me na reminiscência daquele momento inopurtuno.
Limpava-me, lavava-me, limava-me e ela ali.
Finalmente na vida me tinha cansado dos nauseabuntos caleidoscópios do amor. Formas estranhas e a variadas, de mil e duas cores metaredondantes. Devia ser do nervoso, dizia eu.

Cheirava-me a apetite no ar. As sinapses já me saltitavam de alegria que chamava um tão desejava desejo a botão de flor. Devia ser da idade, dizia.

Toda a orgânica dela se orientava gracesosamente para mim. Sobeja como branca de neve e delicada em toda sua beleza que só ela sabia dar.
Eu refinava o juízo. Não pudia saltar logo!

Avançava um pouco e verificara que nos meus devaneios ainda permaneciam no mesmo minuto de sempre. Ainda não lhe tinha tocado. Ela ainda não se tinha seduzido.
Era um silêncio terrível de palavras.
Porquê o meu desejo teimara em não se emiscir com o dela?
Sedenta de frustação. Ela e eu. Ambos sedentos de nudez.

Era ali, dizia eu dizia ela.
Era ali.

sexta-feira, maio 27, 2005

Billy rodopia e entorna o licor.
Embriegado seduz o voo do líquido que quisera ir até à boca mas não se chegou a misturar bem.
Vanessa pedera o tino e partira o vidro de aromas mil-faces. Não soubera quem jurava escolher desensarilhar uma escolha falsa.
Gaio beija os cabelos que ondulam como passáros pretos e tontos que voam como concordes cintilantes e pirilampos apagados. Estava triste o insecto transformado.
E eu comtemplara o tigre que habitara ali ao meu lado, rugindo como um sírio caranguejo que anda retitentemente tentando seduzir as reticências do amor.
"Ninguém é tolo demais para admitir que sabe a verdade"
Será que eles me escutem? Digo eu bem baixinho.
Será que Gaio vai cair do galho para uma outra realidade paralela? Murmuram os meus botões.
O botão de rosa desejado a Frutos. Botão de qual amor perfeito perdido num número de telemóvel. O símbolo dela pupula de fogo.

Há uma espera. Frutos descasca-se em êxtase suculento.
Um círculo que se perde e no entanto eterno. Paz.

quarta-feira, maio 25, 2005

Jogos de café.
São sempre o mesmo
Vou até ele mas ele não me reconhece. Reconhecimento negado, bloqueado e negado desbloqueado no surto do momento.

(Pausa longa)
(Helicópteros passeam no céu da citadela cálida)

Amamento o momento. Espero por mais um olhar que trocamos mas ela não me reconhece.
Suscita-me o pronúncio que ainda não sei falar. Impulsos, devaneios, requintes e jogos.
Acima de tudo, jogos.

- Podias-me passar aquele copo se faz favor
- Sim, com todo o gosto
- Obrigado. E como tens andado tu?
- Bem, não sabia que eras a minha amora.
- Oh...

Penso e desisto. Logo coexisto. Cogito e regurgito as palavras que te quero dizer, branca.
Filosofias como pedaços de bife
É horrorosa a espera, digo eu para os meus cordeis desapertados
O cabelo esgadalhado pasma-se.
Ela passou e nem sequer me veio cumprimentar
Com um beijo claro. (Porque troca de palavras não é aquilo que me interessa)

- Desculpa. O meu nome é... algoavermelhadoesululentoqualfrutocomonomemaisparecidocomamaiorcoisadomundo:oamor
- Ah... E tens andado lá pelos lados das oito fontes?
- Sim. Tenho saudades de cairmos juntos no fresco aroma da terra fértil. Digo eu com um desejo a beijo hiperbólico.

Vanessa ainda me acena. - Estás bem? Estás bem Frutos?
Sim, ainda me lembro das oito fontes. Eram belas e uma fada negra cumprimentava-me com a mais louca experiência de amor que tive.

Não vou a lado nenhum, diz-me ela, não vou a lado nenhum.
- Não vamos?
- Cairmos de um trapézio amoroso? Não sei se estou preparada!
Billy acordou comigo que não lhe ia deslizar sete cotovelos acima da minha loucura que já trago em mim latente. Seria um bico de obra, não é, Gaio?

- Cobiçocobiçocobiçocobiço, como um show rijo. Diz Gaio
- Rijocomooriscoqueseiquenaoexisterijocomoomariscoquecominocorriscodosdias

Raios me partam a descomunal coluna do adamastor. Queima a arco e flecha épico cada uma destas esplanadas da cidade. É um bico de obra! Ainda por cima com ela aqui.
Pensas que é fácil dançar um tango nas palavras? Olhei-te mas já tinhas partido...

terça-feira, maio 17, 2005

Citadela árabe
Chuva cai como flocos perdidos sem saber o rumo da coragem pois não te conseguia pedir nada.
Ousara o ritual ser o que as *moedas de doze cêntimos* pudessem ditar. O cabelo dela dançava ao som de uma melodia de um tempo perpétuo e imóvel de Einsturzende Neubaten. Imóvel e movendo-se languidamente na esplanada onde o sol, desconfiado, não quisera ter brilhado.
Rebenta-me os tímpanos, querida, rebenta-me os tímpanos. Afaga-me com esse teu sabor pesado que só tu trazes quente e embriegadamente sonoro.
A vapor, rápido e a vapor, veloz, vem-se, no momento, vem-se, e enegrecido pela tua alma gótica, pintada, e distiladamente dourada derreto o esperma cálido em teu sagrado furor.

Quatro da tarde. Céu nublado, escuro. O empregado embriegara-se de ilusão ao ter esfregado os olhos deste seu profundo sonho. Vanessa e Billy continuavam a falar. A branca de neve fora uma visão fugaz que lhe irrompera da mente.

(Destruo todos os meus sonhos. Cores enroladas afundam-se)
Uso? Uso? Ou deixo estar assim?

sábado, maio 14, 2005

E entretanto na citadela árabe admirara as sublimes e altivas elevações brancas e amarelo douradas salientando-se acima das sete colinas.
O Padre perdera-se nos devaneios da Ciência e, ganhando coragem, ingressara num ritual de alquímia. Deus quisera provar o seu caldo, mas deixou a chuva melancólica cair para um outro dia.
Os dias da citadela eram assim mesmo, uma verdadeira caixa de pândora com inúmeras surpresas a espreitar ao virar da esquina. E eu vinha mesmo convidar-te para irmos lá...

Ora Gaio, o PapaGaio, cagava muito para as pessoas que passavam na esplanada. Não gostava delas, pronto! Que se há-de fazer? O melhor é uma pessoa habituar-se... Vanessa e Billy entretinham-se entretanto. Contavam quantas moedas de 135 cêntimos teriam. Descobriram que Vanessa ganhava: tinha duas. Billy só tinha meia. A Gaio faltava-lhe uma. A vida rolava à mesma, entretanto.

Roda que roda e lá vem o Padre. Ao encontrá-los naquele estado de nudez sorriu. Estava satisfeito. Não parou, não cruzou as pernas, nem sorveu a meia de leite. Gaio cagou para ele e depois lá foi o Padre à sua vida, eclesiástica, deus queira.

deus é que não apareceu naquele dia. Estava um dia morno e ele não gostava lá muito de dias mornos. Com ele ou era ventos fortes ou grandes tempestades. Dias mornos é que não, deus me livre!

Enfim, já esperados, um diálogo ocorre naquele morno dia:

Billy: Meu deus, que dia morno!...
Vanessa: Pois é...
Gaio: Oh!

O Mundo rodou um pouco mais depressa naquele instante, aquecido por aquela vibrante energia que os nossos 3 COMPANHEIROS, sem quase tentar, conseguiram produzir em 7 simples e belas palavras e uma singela interjeição: Oh.

segunda-feira, maio 09, 2005

A banda tocava
Era tempo e agora já não o sei se é. Entretanto o sujeito mudou. Sou volátil como a chuva e o sol. Ou como a neve. Mas como dizia o sujeito é outrém
Agora é bela e de olhos irrisdescentes. Azuis, ou de verde opála.
Sim ela traz uma opála no peito que é fértil.
Mas é dificil...

Entretanto, questiono o auguro.
Será que as nossas vidas estão cruzadas?
Eu compreendo a amargura de neve, os numeros de telemoveis trocados e algo que ruge por surgir. Ou urge.
Compreendo e compartilho esse sentimento, amigo.

Na emergência da noite... quando a lua levitar... atrás do santuário... no recinto
Talvez os olhos possam brilhar ainda mais

sexta-feira, maio 06, 2005

Mas não penso que seja só no acordar da manhã que reside a resina pistelenta que nos cola à cama e traz aquela familiar amargura.
Também no momento da concepção em que imortalmente nos memorizamos nesta vida, também nesse ponto a obsessão ilícita de chorar, o meu fiel desespero emocional grita também laivos de ardor por algo que nunca viria a acontecer em 23 anos de existência.
É uma chapa que arranha fisiológicamente cada momento que não vi a tua pálida tez.
E os teus cabelos aparados à la Amélie Poulin. Pois és, fiel, arragada ao três dois sete que nunca ousei beijar.
Se ousada e prosaicamente assim vieres, o meu músculo cardíaco dispará a 1500 milhas por segundo... ainda me recordo do que ontem brilhavas, branca de neve

- Estranho?! - disse ele - Estranho é ser e não ser ao mesmo tempo! É acordar de manhã e não saber se sonhei ou sonho agora, se é isto a realidade ou ficção, se me sinto mais agora ou quando dormia.

Acordar doi um pouco.

Ela boceja e espreguiça.